Colo aqui sem muito entusiasmo, também por que não tenho mais o que fazer a não ser manter-me acordado, uma foto que talvez foi a primeira que julguei ser rasoavelmente boa. É claro para quem tem um mínimo de senso critico, e percebe um dedo de fotografia sabe que ela não passa de um snap-shot vulgar. De qualquer forma, tem uma valor sentimental e por isso merece estar aqui.
27 novembro 2010
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:: Não se pode falar muito sobre algo do qual não temos nada a dizer. São 3:10am, na Aldeia de Paio Pires, Portugal. O inverno chegou como uma rajada de vento sorrateira e gélida que nos leva o chapéu ao chão e faz abanar as cortinas com em um filme de terror. Vai pra o caralho, vou comprar uns cigarros. Foda-se a maltido frio ::
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:: Não se pode falar muito sobre algo do qual não temos nada a dizer. São 3:10am, na Aldeia de Paio Pires, Portugal. O inverno chegou como uma rajada de vento sorrateira e gélida que nos leva o chapéu ao chão e faz abanar as cortinas com em um filme de terror. Vai pra o caralho, vou comprar uns cigarros. Foda-se a maltido frio ::
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pensamento
26 novembro 2010
Esquinas
Surge então uma vaga de vagos pensamentos,
andava então sem rumo por ruas desertas
Era lua nova,
a noite estava sinteticamente clara,
A cidade em silencio, fria, sempre gelada,
Asfalto sebento de oleo queimado,
cimento cinzento expelia
num pó peganhento em cada assoada,
E um varrido rançoso
como o vento solto na madrugada
vagueava teimoso
a espera da tardia alvorada
como o vento solto na madrugada
vagueava teimoso
a espera da tardia alvorada
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24 novembro 2010
Mesa de cabeçeira
Solidão, insegurança, falta de dinheiro, acaso, a morte, pensamentos. Minhas inquietações dormem ao lado, o sono é sempre profundo, não há sonhos, não há pesadelos, só um imenso nada separa a noite do dia.
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20 novembro 2010
Cada dia vivido é um dia roubado à morte
Conforme o badalar do sino
Sei que a morte passeia la em baixo
Abro a janela
Choros e sussurros
Homens de preto
La se vai na caixa de madeira
Para eternidade na terra húmida
O que foi de um escravo
Agora livre de sua miserável existência
Mais um corpo sem alma
Que passou pela vida
Agora passeia pela minha rua
Diante de mim
O frio e a chuva fina
Dramatiza ainda mais
o já dramático espectáculo
O carro funerário com caixa de vidro
Como se tratasse de um fígado velho
Exposto na vitrina de um talho
Deixa ver o corpo pálido e rijo
Fumo um cigarro
Enquanto o publico foge sob guarda-chuvas por entre ruelas do bairro
Me pergunto pra onde foi aquela consciência
E a pergunta ecoa na minha cabeça sem resposta
É a morte o segredo mais bem guardado da vida
Sei que a morte passeia la em baixo
Abro a janela
Choros e sussurros
Homens de preto
La se vai na caixa de madeira
Para eternidade na terra húmida
O que foi de um escravo
Agora livre de sua miserável existência
Mais um corpo sem alma
Que passou pela vida
Agora passeia pela minha rua
Diante de mim
O frio e a chuva fina
Dramatiza ainda mais
o já dramático espectáculo
O carro funerário com caixa de vidro
Como se tratasse de um fígado velho
Exposto na vitrina de um talho
Deixa ver o corpo pálido e rijo
Fumo um cigarro
Enquanto o publico foge sob guarda-chuvas por entre ruelas do bairro
Me pergunto pra onde foi aquela consciência
E a pergunta ecoa na minha cabeça sem resposta
É a morte o segredo mais bem guardado da vida
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19 novembro 2010
Seber existir
Para além da porta a multidão caminha entre pessoas.
Por todo lado há distribuição gratuita de bons-dias e boas-tardes. Nos cafés, sempre cheios, fala-se de futebol, bebe-se imperial, come-se pastel de bacalhau e depois do arroto diz-se "com licença". Nas ruas, seres sem face caminham com pressa, esbarram-se uns contra os outros, lutam contra o tempo na ânsia de chegar a lugar algum.
Tranquilos como se tudo estivesse perfeitamente assentado no seu lugar, passam seus dias absortos em tudo que os rodeiam, entregues ao acaso, sem consciência de si, integrados no todo como uma peça de maquina. Eles existem unicamente para dar continuidade a existência.
Antes de questionar o sentido do existir também fora eu uma peça de maquina, uma peça de máquina feliz.
Agora o caos fervilha na minha alma. As vozes, o bater dos sapatos na calçada, o tilintar dos copos pousados no balcão, são como uma metralhada de agulhas disparada a queima- roupa.
Uma tempestade de perguntas afloram espontâneamente no meu espírito. A grande questão: Qual o sentido da nossa existência? Por quê nos mantemos vivos se vamos morrer mais dia menos dia, se tudo que foi passado antes do fim, toda a riqueza, os amores, as lembranças, tudo que foi vida se desintegrará? Já alguns pensadores procuraram responder essas perguntas pergunta, a conclusão de nada valerá.
Hoje mantenho-me vivo, amanhã não posso dizer. Hoje deixo-me viver por preguiça. Neste momento só tenho sono e apenas quero escrever qualquer coisa que me faça suportar o pesado fardo de existir por existir.
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